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domingo, 22 de janeiro de 2012

A vida é grande demais



Escorregou nestas páginas, por entre as letras, algumas verdades que são… Incontáveis. Incontestáveis. Insuportáveis. A luz que ilumina o quarto entra pelo pequeno buraco da fechadura que… (oh), creio que já é noite. Lá fora apenas, por que aqui dentro o que quebrava a escuridão gélida era essa fresta de luz que entrava sem me perguntar se podia. Depois disso, escorreguei verdades que não pude ver. Não pude cheirar. Não pude tocar, embrulhar e jogar fora. Aleluia. 
E essa metamorfose que acontece no céu no fim da tarde? O sol doa seu brilho para a lua. Logo ele, que brilha brilha brilha. Poderia o Sol doar toda a luz que tem para outro - frio e apático. Pois o que o Sol tem de quente, tem a Lua de… A Lua é tão estranha. Parece um queijo. Queijos são comestíveis. (oh)
E por doar o brilho à Lua, o Sol fez de mim um ser que vive na escuridão. No quarto gelado, esperando não sei o quê ser lido por não sei quem. E as partidas da Lua. E todo o oco do Sol. A vida é imensa, digo eu, grande demais.
CLARISSA DAMASCENO MELO
2011

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