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quinta-feira, 8 de maio de 2014

Resistência.

Quando criança, me sentava na porta de casa para olhar a árvore de florzinhas amarelas. As flores caíam e pintavam o chão. Era a minha festa.
Cresci: raízes e galhos da árvore destruíam parte de minha casa. Por debaixo do cimento, as raízes crescem. Não a culpo. A árvore é o exemplo mais fácil sobre resistência, mas foi cortada.
Também em meu quintal uma planta quebrou, com suas raízes, dois baldes. Mataram-na.
Meu pai comprou rosas para presentear a minha mãe. Uma delas lhe espetou o dedo e ele soltou o buque.
Esfacelaram-se todas.

Quando eu cresci, estava avisada de que, se eu lutasse para sobreviver, eu seria morta.
Clarissa D. Melo