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domingo, 22 de janeiro de 2012

Saudade


Se diz saudade quando se tem o gosto amargo da boca a pulsar insana. E quando a língua trava e o coração da pra parar de vez em quando, é saudade doida. E a saudade pira o peito e torce a mente, é um teste de distância vã. 
Mas se a saudade com distância dói, vos digo que há outra mais dolorosa ainda. Aquela que se sente quando o outro está perto mas, infinitamente, está distante. E os corpos estão juntos mas a vida está longe. E essa saudade dói por que faz questão de nos dizer que um dia fomos sim, alguma coisa, mas que hoje… Hoje não passamos de… de um passado oposto.
E os olhos se encontram e esse que é o momento agudo: A dor do peito. A dor que diz alto que esse alguém um dia foi nosso amigo e que hoje ele não te reconhece. Estou falando da saudade, mas não daquela que se sente falta de uma pessoa. Pois a pessoa continua perto. Estou falando de saudade de um tempo, que foi bom, e que não volta nunca.
CLARISSA DAMASCENO MELO

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