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domingo, 30 de dezembro de 2012

Você me diz sem falar.

Você me ateia fogo,
E então me esquece.
Faz-me crua e me rejeita,
Faz-me tua e não me põe correntes,
Diz-me o que dizer e foge.

E eu, do meu lado,
Disfarço.
Digo não me importar
Com a falsa liberdade
De ser plural
Onde queres singular.

E se conjugo o verbo errado,
Porque gritas?

Deixe-me o caminho bifurcado,
Para que eu escolha onde caminhar

Deixe-me o caminho escorregadio
Para que, dos teus braços,
Eu encontre a cruz
Depois de me soltar.

CLARISSA DAMASCENO MELO

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