Você me ateia fogo,
E então me esquece.
Faz-me crua e me rejeita,
Faz-me tua e não me põe correntes,
Diz-me o que dizer e foge.
E eu, do meu lado,
Disfarço.
Digo não me importar
Com a falsa liberdade
De ser plural
Onde queres singular.
E se conjugo o verbo errado,
Porque gritas?
Deixe-me o caminho bifurcado,
Para que eu escolha onde caminhar
Deixe-me o caminho escorregadio
Para que, dos teus braços,
Eu encontre a cruz
Depois de me soltar.
CLARISSA DAMASCENO MELO
Nenhum comentário:
Postar um comentário