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sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Ararueira

Ararueira mora ali,
Dentro de mim,
Respira que flutua,
Coisa de escritor moderno.

E Aleijadinho tentou te desenhar.
Com traços finos, perseguidos,
A lenda, quis contar.

Mas não,
Ararueira vive em mim,
E mora ali,
Pertinho de Bagdá.

Ou esteja ele
Pertinho do céu.

Psicodelia!!
Psicodelia!!
Psicodelia!!

Tell me, baby, now
How are you?
Tell me, baby, now
I love you, I love you!

Ararueira mora ali
Vive de tocaia
Tocando violão.

Seu violão canta samba
E aquele tal do Rock'n Roll
E se Ararueira de mim fugisse,
Iria à Itabuna fazer um show.

Quis contar a lenda
De um índio domesticado.
Quis dizer a vida
De um jeito todo errado.

Mas Ararueira não está aqui
Nem tá aí pro mundo ouvir.
É que do pé de Ararueira
Eu colho fruta madura.

Eu colho jaca dura.
Eu colho o violão da
Viola nove.

E se Ararueira se olhasse no espelho
Iria assistir a Macunaíma
De véu de noiva,
Cigarro na boca, e diria:
Ai, Deus Pai, que preguiça!

Eu vejo Ararueira todo dia.
Em uma tela quadrada que brilha.
Ele mora lá do lado,
Ele mora aqui por dentro,
Mas insiste em uma tela
Ficar trancafiado.

Ararueira canta Xote
E é xique-xique de Direito,
Seu santuário é feito casa
E não sai de teu Terreiro.

Pois então, Ararueira,
Teu poema eu consegui fazer?
Ao menos um poeta amigo,
A gente tem que ter.

CLARISSA DAMASCENO MELO

à JP BAIANO.









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