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segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Maquiagem.

Há quem diz, pois, coisas horríveis sobre maquiagens. Eu também digo.
Mas me apetece usar um outro tipo, menos comum e mais imediato. Faço uso, pois sei que esse é o sucesso dos grandes circos. E se aquela criança chora por que tem medo de palhaço, a deficiência é da criança, e não da maquiagem. Vê?
Pois pinto o sorriso de vermelho, boca e em redor. Puxo, de uma bochecha à outra, um traço e finalizo preenchendo os cantinhos com pontinhos da guache vermelha. Líquido vivo.
Depois, pinto meus olhos. Uma estrela abaixo de um e, do outro, uma lágrima. Perfeitamente desenhados. Já ouviu falar em equilíbrio? Esse é o meu.
Mas não se engane, pois, maquiagem de palhaço tem hora marcada para sair.
Água e sabão são o suficiente. Molho cada extremidade do rosto enquanto o sabão trabalha em cima de minha pele. O problema em remover a maquiagem, é que, ao olhar o trabalho final no espelho, eu sempre me assusto com o fato do sorriso se limpar, a estrela se limpar, e a lágrima, igualmente de tinta, permanecer em mim.
Como se eu tivesse o tempo todo me dedicado melhor à ela e ela, a mim.

CLARISSA DAMASCENO MELO

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