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segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Feito o tempo, ressurreição.



Leve feito a página que cai no chão
Brotam as flores em primavera morta.
E a morte é leve,
Feito o sussurro
Que a trouxe aqui.

Sem mim,
Vais seguir.
Sem que eu, por seu braço,
Puxe as linhas que constroem esse poema.

Se és eterno,
Diga o tempo que lhe vai consumir.
Diga a mim,
Por quanto tempo
Eu terei de esperar.

Veja o tempo por um ângulo agudo.
Como se fosse escorrer por suas mãos, agora.
E ele escorre,
Feito a areia dos Ilhéus.
Feito a briza que chega e cega.
Que cega e que não chega mais.

Só diga o tempo que dura
Em um segundo
Para dizer a mim com tua ternura
Por quanto tempo a mais vou esperar.
E se me disser,
E se eu esperar,
Possa ser que dê certo.
Possa ser que seja.
Possa ser que o destino tenha lá suas mortes,
E tuas ressurreições.

CLARISSA DAMASCENO MELO

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