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quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Mãos.

Minhas mãos suadas ainda enxugam testas que gotejam,
E abrem meus caminhos vastos.
São mãos calosas, mas suaves
Que suam e que choram por serem minhas.

Meu rumo embrutece
Enquanto, silenciosas,
Minhas mãos aram a terra em que piso,
E desenham meu destino em horizontes pontiagudos.

Minhas mãos são mães de Cristos sem coroa,
Nem altar...
São de pedras que não
Sabem perfurar,
São de sangue e veneno.

A linha de minha vida
Mora em minhas mãos
Lidas por ciganas cruas
Que não sabem ler futuro.

Dentro de minhas mãos
Vive um útero sem fruto.
Em codinome,
Desfaz-se.

Mas, são mãos.
E são minhas.
As terei pela eternidade.

CLARISSA DAMASCENO MELO

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