Minhas mãos suadas ainda enxugam testas que gotejam,
E abrem meus caminhos vastos.
São mãos calosas, mas suaves
Que suam e que choram por serem minhas.
Meu rumo embrutece
Enquanto, silenciosas,
Minhas mãos aram a terra em que piso,
E desenham meu destino em horizontes pontiagudos.
Minhas mãos são mães de Cristos sem coroa,
Nem altar...
São de pedras que não
Sabem perfurar,
São de sangue e veneno.
A linha de minha vida
Mora em minhas mãos
Lidas por ciganas cruas
Que não sabem ler futuro.
Dentro de minhas mãos
Vive um útero sem fruto.
Em codinome,
Desfaz-se.
Mas, são mãos.
E são minhas.
As terei pela eternidade.
CLARISSA DAMASCENO MELO
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