O mais difícil
É começar.
É incrível
O desinício
Do não tolerar.
Eu não tolero!
Não tolero os brutos sons
Que gritam agudo
Por onde devo seguir.
Vos digo apenas que começo
E eu não quero saber por onde.
Quero ter o direito de me decidir
De me ser inteira, de seguir-me inteira.
E o que eu tenho sido
São promessas do que devo ser.
Quero o prazer de escorrer nos dedos
O que for vontade minha.
É o meu começo,
O meu início,
O meu caminho,
Deixe-me trilhá-lo sentindo fé em mim.
Deixe-me dar minhas próprias passadas,
Sem as tuas mãos,
Segurando minhas esquinas.
Sem tuas mãos,
A me mostrar o caminho.
Sem teus olhos
Que se enrugam com
Vontades minhas.
Deixe-me seguir só.
CLARISSA DAMASCENO MELO
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