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quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Anã manca.

Na verdade, a verdade verdadeira é não pensar no que se pensa. Pois pensando no pensável, pressupõe-se que se pensa no pensado da mentira. E se eu muito penso, rebusco o que se pensa, eu penso para mentir. A mentira é uma anã manca, cujas pernas nanicas, correm e corroem. Parece bicho que gruda para morder. O problema é que mentira é mentira e acabou. E podem existir, juntas, duas mentiras que se abraçam ou não. Duas, três, quatro mentiras, porque não? Fato é que verdade é verdade única. Não duas nem três, nem um milhão, mas, uma somente. E ser uma verdade é ser maior que qualquer dúzia de mentiras. A verdade sai sem ser pensada. Pra que pensar pra dizer uma coisa que já se é? Mas a moda é criar dúzia. A moda é pensar em dúzias. Pois bem, já foi dito que se pensar em pensados pesados e pensar pesado sobre pesadagem, é o peso do pressuposto e da desculpa de se mentir.

Vão, galinhas, chocar dúzias.
Que eu fico perto do parar de raciocinar para colecionar, uma por uma, umas verdadezinhas que teimarem coexistir.

CLARISSA DAMASCENO MELO

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