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sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Cores.

Cores que morrem,
São cores que morrem
E fim.

Saber das coisas,
E depois esquecer,
São coisas sabíveis
E esquecíveis, e fim.

Querer entender o que não se entende,
Não, não é entender.
Ao contrário:
É complicar o complicado.

Rezar com as mãos de nó.
De vazio.
É reza pros bois.

Dentro das mãos,
entre as rugas,
Vive-se uma vida inteira.

E minhas mãos vivem atadas
Diante do Cristo.
Ele tem minhas mãos.
E vive entre as linhas que a cortam.

Diante de Cristo,
Eu fecho os olhos,
Enquanto Teus dedos
Tocam a minha testa.

E as cores vivas
em preto-branco colossal,
Param de ser o que são.
E vão colorindo aos poucos...

Enquanto que meu entender
Ainda fica miúdo
Por dentro do que não se sabe.

CLARISSA DAMASCENO MELO


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