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sexta-feira, 1 de março de 2013

Quando amanhece, ser noite.

Eu, poeta-fracasso
Me perco na noite
A divagar...

Pois a noite é tão escura
Tão bêbada
Tão ausente de tudo...

Que dá nojo!
Oh, aquele borrão no céu
É bolo de sujeira.

Aquelas estrelas,
Ali jogadas
Estúpidas, todas elas.

Mesmas estrelas vejo
Na pele, jogadas
Quando amanheço.

São minhas marcas de nascença
Minhas estrelas-de-pele
E eu, eu sou o bolo de sujeira.

Eu sou a noite suja
Que cultiva em mim
O-ser-noite-o-dia-inteiro.

CLARISSA DAMASCENO MELO

Um comentário:

  1. Um belo poema.
    Sem dúvida carrega, em si, a beleza da noite.

    Um xero no cangote.

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