Eu, poeta-fracasso
Me perco na noite
A divagar...
Pois a noite é tão escura
Tão bêbada
Tão ausente de tudo...
Que dá nojo!
Oh, aquele borrão no céu
É bolo de sujeira.
Aquelas estrelas,
Ali jogadas
Estúpidas, todas elas.
Mesmas estrelas vejo
Na pele, jogadas
Quando amanheço.
São minhas marcas de nascença
Minhas estrelas-de-pele
E eu, eu sou o bolo de sujeira.
Eu sou a noite suja
Que cultiva em mim
O-ser-noite-o-dia-inteiro.
CLARISSA DAMASCENO MELO
Um belo poema.
ResponderExcluirSem dúvida carrega, em si, a beleza da noite.
Um xero no cangote.