Fechem os olhos!
Que é para não ver o sangue escorrer de nossa foice.
O sangue que correu pelas veias
Dos que gritaram contra o povo
Já não mais corre.
Calem a boca!
Que é para não gritarem quando,
Em silêncio,
Quisermos passar.
Ergam seus braços!
Porque precisamos saber
Quem é de luta, e quem não.
Se tentarem queimar nossas bandeiras,
Faremos com que o fogo
Engula vossas carnes.
Quando o sol se pôr,
Lembraremos dos rostos
Que choraram de desespero.
Faremos com que
Os nomes dos valentes
Sejam gritados.
E os dos fracos,
Esquecidos.
Jamais calaremos
A voz dos que gritam
Por justiça.
Nem deixaremos
Com que o grito do opressor
Seja escutado.
Encontre pelo que lutar
E lute.
Falhe se tiver que falhar,
Mas, mude.
O povo que se movimenta
Não fica à sós.
A esperança,
A força,
O desejo
E a vitória se fazem presente
Às mãos de luta.
Levante-se!
Erga-se!
Teus joelhos não
Foram feitos para
O chão.
O chão,
Meus amigos,
São para os perdedores
Para nós,
As estrelas
E a vitória.
CLARISSA DAMASCENO MELO
a reprodução é livre?
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