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sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

O escrever.

Olhai a moça de choro fácil, olha em teus olhos e tente entender a inundação, inda que prematura seja.
Olhai as vírgulas pausadas em sua vida, e em como, cuidadosamente, ela retira cada uma delas.
Olha em teus cabelos os sinais remotos de uma manhã que não saberia amanhecer;
Olha, em teus cabelos, a pingar, a verdade crua que ela digere e não sabe colocar para fora.
Até seus lábios choram. Vê?
A lágrima goteja em uma chuva lenta, à meio passo,
Inda se forma ali, onde deveria morrer...

São as palavras que, em meio ao enlamear de seu rosto,
Decidem extraviar-se pelos dedos.

CLARISSA DAMASCENO MELO

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