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sábado, 27 de setembro de 2014

Eu em ti.

Chegastes
No momento mesmo 
Em que fechava meu coração 
Às janelas do mundo.

Com tua calmaria e silencio
Fostes abrindo brechas 
Nos muros intransponíveis
Que eu mesma criei.

Fostes ficando, 
Mudo, habitado em meu mundo. 

Com as pontas dos dedos
Encontrastes a delicadeza mais interna e íntima
De meu machucado ser.

E sentir a ponta dos teus dedos
Leves, serenas, afastando a distância entre nós
É poder doar-te a chave de mim.

Não precisas estar mudo, fala!
Já não suporto meu silêncio - ele grita. 
Fala, que tua boca 
Tranquiliza minhas retinas. 

Se queres entrar, 
Entra sem bater.
Puxa a cadeira, senta. 

Fica. 

Cdmelo.

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