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sábado, 25 de maio de 2013

Tenho Medo I

Eu tenho medo.
Não que o mundo não mude.
Não de um tiro na garganta.
Não de uma rua deserta.

Tenho medo de que meus braços
Não possam crescer
Além. 

Que eles se atrofiem
E se percam
No não-caminho ao fim.

Eu tenho medo.
Não das madrugadas.
Não dos caminhos escuros.
Não das gritarias.

Tenho medo de que meus pés
Sejam obedientes ao destino.

Tenho medo.
Não das sentenças, 
Das desconfianças
Das limitações...

Meu medo é tão interno, 
Tão opaco e profundo...
Que é medo de ser 
O que já me tornei. 

CLARISSA DAMASCENO MELO.

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